terça-feira, 30 de abril de 2019

IBM and Maersk demo: Cross-border supply chain solution on blockchain

                  O que é blockchain e como surgiu?

Apesar de hoje a aplicação do blockchain estar se dissociando do bitcoin, essa tecnologia começou junto com a criptomoeda. O conceito do primeiro blockchain público nasceu em 2008, no artigo acadêmico Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico peer-to-peer, publicado por uma pessoa ou grupo sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto (suposto criador do bitcoin).
Criado em um cenário de crise econômica mundial e bolha imobiliária, o bitcoin nasceu para, entre outras coisas, prevenir o gasto duplo dos valores e aumentar a confiança das transações financeiras, levando-as para a internet.
No ambiente digital, os dados podem ser copiados, alterados e trocados. O blockchain foi a solução para eliminar as duas primeiras características: uma pessoa não pode gastar 1 BTC duas vezes ou dizer que te enviou 10 BTC mas transferir apenas 0,01 BTC, por exemplo.

Em termos simples: como blockchain funciona?


Eu sei que os termos técnicos não são muito convidativos para o público amplo entender o que é blockchain; só o nome da tecnologia já causa estranhamento. Mas prometo que vou tentar explicar da forma mais simples possível, sem distorções. Vamos lá.
blockchain é uma rede que funciona com blocos encadeados muito seguros que sempre carregam um conteúdo junto a uma impressão digital. No caso do bitcoin, esse conteúdo é uma transação financeira. A sacada aqui é que o bloco posterior vai conter a impressão digital do anterior mais seu próprio conteúdo e, com essas duas informações, gerar sua própria impressão digital. E assim por diante.
Pronto. Isso é blockchain.
Para ilustrar, veja essa imagem usada por Ronan Damasco, diretor nacional de tecnologia da Microsoft, em sua palestra sobre blockchain na conferência Web.br 2017:
hash bitcoin blockchain
“As grandes invenções às vezes foram muito simples, né?”, comentou Damasco.
Na imagem, já dá para ver alguns termos técnicos, como hash. Não dá para se aprofundar no blockchain sem cair em tecnicalidades, então vamos entender como que esse negócio funciona de verdade.

Aprofundando: qual é a do blockchain?


Antes de falar sobre a cadeia de blocos (blockchain, sacou?), temos que entender como funciona o hash. Agora que podemos encarar termos técnicos, posso dizer que o hash é uma função matemática que pega uma mensagem ou arquivo e gera um código com letras e números que representa os dados que você inseriu.
Essencialmente, o hash pega uma grande quantidade de dados e transforma em uma pequena quantidade de informações. É a “impressão digital” de algum arquivo, ou, no caso do blockchain, de um bloco. Nesse sistema de blocos encadeados, essa impressão digital é fundamental.
O hash vai assinar o conteúdo do bloco; caso qualquer informação seja alterada, o hash muda. Quando você gera um novo bloco que também contém o hash do anterior, cria uma espécie de selo: é possível verificar e sinalizar se algum bloco foi alterado, para então invalidá-lo.

Essas informações de blocos são escritas no ledger, que pode ser traduzido para livro-razão; é onde todas as transações, no caso do bitcoin, ficam gravadas. Depois de escritas, elas não podem ser apagadas.
Cada rede de blockchain também tem “nós”, que agrupam participantes que têm o mesmo interesse; no bitcoin, é transferir dinheiro. Esses nós podem ser tanto transacionais, que escrevem ou geram blocos, quanto mineradores, que verificam se o bloco escrito é válido. Como você deve ter imaginado, é daí que vem o termo minerar bitcoin. Desde o começo, o blockchain é tão seguro por um mecanismo de consenso de prova de trabalho (PoW, na sigla em inglês), que usa poder de processamento para resolver cálculos matemáticos muito complicados para assegurar que o hash criptográfico do bloco é válido. Quando alguém resolve a operação e consegue validar o bloco, recebe uma recompensa – as outras pessoas da rede também conseguem confirmar que o resultado é correto.
Alex Braz, CTO da Star Labs, explicou na Web.br que esse mecanismo de consenso é comparável ao jogo de puzzle Sudoku: é difícil resolver o problema, mas é fácil verificar se ele está resolvido.
Agora que você já conhece os principais elementos do blockchain, posso dar a definição mais técnica que André Salem, pesquisador do IBM Blockchain, apresentou em sua palestra:
O blockchain é uma rede de negócios segura, na qual os participantes transferem itens de valor (ativos), por meio de um ledger (livro-razão) comum distribuído, do qual cada participante possui uma cópia, e cujo seu conteúdo está em constante sincronia com os outros.

As vantagens do blockchain


Legal, mas quais as vantagens do blockchain? Já é hora de fazer as instituições do país ruírem? Botar fogo na República? Não tão cedo. Tanto o blockchain quanto o bitcoin eliminam intermediários, mas há algumas diferenças entre ambos. Na minha visão, o bitcoin ganhou um viés mais cyberpunk, de derrubar o sistema financeiro e as instituições através da criptografia. Enquanto isso, o papel do blockchain é mais prático: assegurar a confiança entre as empresas — não à toa é chamado também de “protocolo da confiança”.
Além de confiança, outras palavras que ouvi muito nas palestras sobre blockchain que eu frequentei foram responsabilidade, transparência e segurança. Principalmente por conta desses quatro conceitos principais de blockchain, apresentados por Salem:
  • Ledger distribuído: o livro-razão, sistema de registro das transações e blocos, é compartilhado por toda a rede e todos podem ver;
  • Privacidade: é possível garantir a visibilidade adequada para a rede, já que as transações conseguem ser verificáveis. O termo “adequado” é importante; no bitcoin, todas as informações da transação são públicas. No blockchain, partes sensíveis do ledger podem ser ocultadas (como o endereço de alguém), sem prejudicar a verificação do bloco;
  • Contrato inteligente: um documento que não pode ser alterado depois de escrito. É possível firmar contratos e autorizar (ou não) transações de acordo com os termos estabelecidos;
  • Consenso: as transações são verificadas pelos participantes da rede e não podem ser fraudadas;
Graças a toda essa tecnologia, as vantagens e aplicações do blockchain são imensas. Por exemplo, já noticiamos um sistema que agiliza pagamentos internacionais. Como o blockchain elimina intermediários, as transações acontecem em tempo real, com menos custos e sem perder em segurança, já que elas podem ser verificáveis e auditáveis. O risco de fraudes é reduzido por meio de contratos inteligentes.
Sem ir tão longe, o setor financeiro já se beneficia com a característica principal dos blocos que evita gastos duplos e fraudes na escrita; o dinheiro não pode ser copiado, diferentemente de um arquivo. Mas o blockchain tem aplicações além das finanças; veja toda a logística de uma venda funcionando:
“A nova rede da IBM pode possibilitar que um agricultor na Samoa [país da Oceania] faça uma transação com um comprador na Indonésia. O blockchain seria usado para registrar os termos do contrato, gerenciar a documentação do comércio, permitir que o agricultor forneça uma garantia, consiga letras de crédito e finalize a transação com pagamento imediato”, exemplificou a IBM quando apresentou o sistema de pagamentos internacionais.
Inclusive, o setor de logística foi o que teve os maiores exemplos na Web.br. André Salem, pesquisador da IBM, falou sobre a parceria da empresa com a operadora de logística Maersk. O transporte de mercadorias e contêineres ainda é catalogado no papel, o que atrasa diversas entregas e cria inconsistências no processo.

Referencia teórica:  Jean Prado, publicação 2017 pelo site web.br

Práticas de Gestão Estratégica de Custos: Uma Análise de Estudos Empíricos Internacionais


No contexto da nova economia global que emerge a partir da década de 1980, autores como Johnson e Kaplan (1987), Berliner e Brimson (1988), Bromwich e Bhimani (1989) e Shank (1989), entre outros, começaram um amplo debate sobre a necessidade de revitalizar os sistemas de contabilidade gerencial, uma vez que os mesmos tinham perdido sua relevância frente às várias mudanças subjacentes à época e às novas demandas informacionais dos gestores. Tais mudanças têm sido caracterizadas pelo crescimento da complexidade e desafios ambientais impostos às organizações. A tecnologia em geral, e a de informação em particular, são elementos citados como principais alavancadores dessas mudanças. É nesse particular momento da gestão organizacional que surge a gestão estratégica de custos - GEC - com a geração de informações diferenciadas e específicas à sustentação da gestão estratégica dos negócios, com foco especial nas informações relacionadas a custos, conforme enfatizam Miller e Vollmann (1985) e Ellram e Siferd (1998). Há que se destacar que esse pensar estratégico da informação contábil teve como uma das principais fontes do seu início o estudo desenvolvido por Simmonds (1981). No âmbito da gestão estratégica de custos, pesquisadores como Shank (1989) e Chenhall e Langfield-Smith (1998) destacam que esse enfoque da gestão de custos passou a contemplar toda a cadeia produtiva, vislumbrando- -se a cooperação como estratégia para se competir. Com base nesse entendimento, a análise de custos evoluiu para novos sistemas de gerenciamento, de modo que pudesse contemplar as exigências e necessidades de um ambiente externo de elevada competitividade. O surgimento de novas práticas de gestão de custos, com focos diferenciados, também teve impulso significativo após estudo de Johnson e Kaplan (1987), os quais caracterizaram as deficiências das práticas até então adotadas.

Após três décadas dessas novas movimentações conceituais na área de gestão de custos, considerando-se o estudo de Simmonds (1981), torna-se necessário verificar se o entendimento dos autores citados e daqueles seguidores da nova tendência se confirmou. Tal confirmação pode se dar verificando se a materialização do conjunto das práticas desenvolvidas e tratadas como as mais adequadas às novas demandas da gestão está referendado pela realidade da prática empresarial. Desta forma, o objetivo deste estudo é identificar, com base em estudos empíricos internacionais, qual o uso das práticas da gestão estratégica de custos pelas empresas. A principal contribuição do estudo é criar um mecanismo de análise da validação empresarial dada às novas teorias de gestão de custos. A procura pelo entendimento dessa validação pode dar oportunidade à reflexão tanto sobre a propriedade das práticas desenvolvidas como à postura e ação dos gestores quanto à utilidade delas. Uma possível contribuição do estudo é provocar que se repense sobre a propriedade dos desenvolvimentos teóricos e sobre a atitude dos gestores nesse ambiente de maiores complexidades. O artigo está estruturado em cinco seções. Inicia com essa introdução, seguida da revisão de literatura relacionada ao tema. Posteriormente, têm-se a apresentação dos procedimentos metodológicos adotados na pesquisa, da exposição e análise dos dados e das conclusões do estudo. Por fim, tem-se a lista das referências utilizadas no desenvolvimento da pesquisa.

Práticas da Gestão Estratégica de Custos


As práticas da GEC são técnicas e procedimentos adotados por empresas, que respondem às novas características ambientais de alta competição e aos novos modus operandi adotados pelas empresas como forma de manterem-se competitivas (Nakagawa, 1991). Algumas características da nova realidade ambiental interna e externa das empresas foram destacadas por Reckziegel, Souza e Diehl (2007), a saber: menores volumes, mix mais variados, menores ciclos de vida, novas estruturas de custos, principalmente nos custos indiretos, menor capacidade de impor preços no mercado, adoção de avançadas tecnologias de produção. Diversos trabalhos tem se dedicado a explorar os aspectos conceituais e práticos da GEC. Todavia, alguns autores argumentam que ainda não há um framework consistente delas Práticas de Gestão Estratégica de Custos: Uma Análise de Estudos Empíricos Internacionais Contabilidade, Gestão e Governança - Brasília · v. 15 · n. 2 · p. 23 - 40 · mai/ago 2012 28 (Coad, 1996; Guilding, Cravens, & Tayles, 2000; Langfield-Smith, 2008). Guilding, Cravens e Tayles (2000) desenvolvem uma análise teórico-conceitual sobre estratégia de alguns dos autores considerados especialistas desses temas, como Porter (1989) e Mintzberg e Quinn (1988) e elaboraram uma lista de 12 práticas somando o conhecimento da estrutura teórico conceitual de estratégia com as concepções do processo de gestão estratégica, sendo elas: (1) custeio dos atributos; (2) avaliação/monitoração da marca; (3) orçamento do valor da marca; (4) avaliação do custo dos concorrentes; (5) monitoração da posição competitiva; (6) avaliação dos concorrentes com base em demonstrações contábeis publicadas; (7) custeio do ciclo de vida; (8) custeio da qualidade; (9) custeio estratégico; (10) precificação estratégica; (1l) custeio meta; (12) custeio da cadeia de valor.

RESUMO

Este artigo tem como objetivo investigar o uso de práticas da gestão estratégica de custos (GEC) identificados por estudos empíricos internacionais. A respeito destas práticas, há uma vasta literatura sobre suas características, benefícios e necessidade de adoção pelas empresas. A premissa do estudo é que a consolidação da adoção das práticas de GEC em nível internacional é uma forma de verificar a validação que é dada pelas empresas aos desenvolvimentos teóricos apresentados pela literatura. Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, desenvolvida com o recurso da análise de conteúdo de oito artigos internacionais. O estudo foi realizado no segundo semestre de 2011, composto de três etapas principais: (1) a pré-análise, que se configura na fase de escolha do objeto de análise; (2) localização e coleta de estudos internacionais publicados; (3) análise dos conteúdos desses estudos. Os principais achados da pesquisa indicam disparidades com relação ao grau de utilização de algumas práticas entre os países pesquisados. Apesar de outras práticas figurarem com maior frequência de utilização, existe, no geral, ausência de utilização mais intensiva de várias práticas da GEC, caracterizando uma distancia do que preceitua a literatura.

Referencia teórica: Revista Contabilidade, publicado em 2012.  

domingo, 14 de abril de 2019

Implantação de sistemas de gestão empresarial - ERP: estudo de caso numa instituição do Sistema S

O presente estudo tem como objetivo descrever como ocorre o processo de implantação de um sistema ERP numa Instituição do Sistema S, analisando os aspectos teóricos com a prática empresarial adotada

      Um seguimento de um mercado mais exigente e globalizado, tem levado as Instituições a buscarem o desenvolvimento de soluções que lhes possibilitem otimizar suas operações. Uma das alternativas encontradas para reduzir custos, agilizar a obtenção de informações, desenvolver e modernizar seus processos internos é a utilização dos Sistemas Integrados de gestão Empresarial, pois estes suprem as Instituições de ferramentas que proporcionem uma melhor forma de organizar, codificar e padronizar negócios e processos, transformando dados operacionais em informações úteis à tomada de decisão. 
      Os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), têm surgido com a intenção de integrar as informações empresariais dentro de um único banco de dados, agilizando processos e aumentando a eficiência. O presente estudo tem como objetivo descrever como ocorre o processo de implantação de um sistema ERP numa Instituição do Sistema S, analisando os aspectos teóricos com a prática empresarial adotada.
      Caracteriza-se como uma pesquisa do tipo descritiva, bibliográfica e estudo de caso, com abordagem quanti-qualitativa. Como instrumento da pesquisa foi utilizado questionário e entrevista. O questionário foi aplicado a uma amostra de quinze colaboradores do setor de Compras e Licitação da empresa em análise e a entrevista foi realizada com o analista de sistema que acompanhou o processo de implantação do sistema ERP. Como resultado da pesquisa, foi possível constatar que o processo de implantação do sistema ERP, adotado pela empresa em estudo, correspondeu às etapas estabelecidas por teóricos, embora não tenham sido utilizadas as mesmas nomenclaturas. Os resultados apontados como mais relevantes, trazidos pelos sistemas integrados, foram a integração das informações, a otimização da rotina da empresa e um maior controle e organização empresarial.
Palavras-chave: Sistema de Informação. Sistema Integrado de Gestão Empresarial.

Referencia: Luciana Sampaio, site www.administradores.com.br

sábado, 23 de março de 2019

             Blockchain na logistica 


como essa tecnologia revolucionará o mercado?


Tecnologias sempre têm a premissa de revolucionar o mercado e nem é preciso voltar muito ao passado para ver os seus impactos. A internet, por exemplo, transformou a forma de nos comunicarmos e fazer negócios. Neste cenário, é compreensível o interesse das empresas pelo Blockchain ou cadeia de blocos. Esta tecnologia tem o mesmo potencial de disrupção que a internet teve.

1. O que é Blockchain?

Blockchain é a tecnologia que consiste em ter acesso a um banco de dados distribuído e descentralizado para o registro de informações que não podem ser modificadas. É uma tecnologia básica com diversas possibilidades de aplicação.
A primeira aplicação conhecida foi no mercado financeiro com o surgimento do bitcoin. Contudo, outros segmentos têm se destacado. Já existem novidades do Blockchain na logística, no mercado de seguros, entre outros segmentos.

2. Como funciona  o Blockchain?

Para utilizar o Blockchain, é preciso entender como ele funciona. O mecanismo permite a validação de dados com um processamento de rede distribuído em computadores privados e compartilhados. Ou seja, qualquer transação de um ativo online é feita apenas entre dois ou mais agentes, sem a intervenção de um órgão regulamentador.

Blockchain - Como funciona




Blockchain

Além disso, a informação só é trocada e validada após o consenso entre as duas partes envolvidas. Em uma transação, por exemplo, cada agente interessado em concretizá-la possui um código criptografado. Apenas quando os dois ou mais códigos se juntam, o bloco de informação é montado e a transferência acontece.
Para facilitar o entendimento sobre o processo, pense nas seguintes etapas:
  1. Início da transação: quando dois agentes decidem iniciar a troca de um dado.
  2. Criação do bloco: momento em que a transferência é agrupada e entra na rede de cadeia de computadores compartilhados.
  3. Verificação: é definido um conjunto de regras para os computadores participantes avaliarem e calcularem a transação. A verificação só acontece após um consenso entre os envolvidos.
  4. Criptografia: o bloco verificado é criptografado e gravado.
  5. Execução: a transferência é realizada entre as partes envolvidas.
A finalidade do Blockchain é otimizar os processos de qualquer atividade feita online. Também é mais seguro, pois os códigos usados nas transações são complexos, a ponto de deixar uma transferência irreversível, evitando fraudes nas informações.
Transparência, credibilidade, agilidade e eficiência. Por esses motivos, o mecanismo vem ganhando cada vez mais importância no mundo dos negócios.
alquer transação de um ativo online é feita apenas entre dois ou mais agentes, sem a intervenção de um órgão regulamentador.

3. Os principais benefícios do Blockchain

Por ser uma novidade, poucas pessoas conhecem o Blockchain e entendem sobre ele. O mercado ainda está estudando e testando suas aplicações, o que pode causar certa resistência das organizações em investir nessa nova tecnologia.
Usar Blockchain confere vantagem competitiva ao negócio e, além disso, é preciso romper essas barreiras. Dentre os seus principais benefícios podemos destacar:
  • operações mais confiáveis;
  • transações mais democráticas;
  • otimização dos processos;
  • facilidade na coordenação entre as empresas;
  • registro dos dados em ordem cronológica;
  • redução dos custos.
Algumas empresas, especialmente do setor financeiro, já estão investindo no mecanismo e usufruindo dessas vantagens. É o caso da Nasdaq, mercado de ações automatizado dos Estados Unidos focado em tecnologia. A empresa passou a fazer manutenção de registros com o Blockchain aliado a LINQ, uma ferramenta de gerenciamento em nuvem que controla e emite ações de determinada empresa.
Após a implementação da tecnologia, os custos de auditoria e a burocracia reduziram. Outros ganhos observados foram a verificação mais transparente e a maior inviolabilidade dos dados de cada empresa.

4. Os impactos do Blockchain para as empresas

O Blockchain não está mudando apenas a área da economia. Outros segmentos estão sendo beneficiados pela tecnologia, como o de logística. Por ser um mercado que envolve a negociação entre várias empresas, esse modelo de banco de dados pode ajudar a melhorar os processos.
Imagine uma empresa situada em São Paulo. Ela precisa entregar um produto para um cliente em Uberlândia, no interior de Minas Gerais. Atualmente, a logística acontece da seguinte forma:

Exemplo de entrega utilizando Blockchain




Blockchain-02
No exemplo acima só nessa única entrega foram quatro empresas envolvidas. É difícil estabelecer dentre essas organizações quem é o responsável pelo material e em qual momento. Suponha que a carga seja roubada em uma dessas etapas: como definir o responsável para ressarcir o cliente? É complicado, pois, nesse fluxo, as chances de perder uma informação em viagens mais longas são grandes.
Com o Blockchain, o cenário de rastreamento de entrega muda. Todas as empresas acessam a mesma rede e conseguem verificar a informação diretamente da fonte. Além disso, qualquer decisão referente ao transporte da carga, como rota, preço do frete, entre outros aspectos, é tomada a partir de um consenso. O cliente ainda pode acompanhar com mais precisão a entrega do seu produto, pois a informação validada não sofre mudanças.

Exemplo de entrega utilizando Blockchain




Blockchain-03
Ao inserir a tecnologia na logística, as etapas de envio do produto geram dois resultados expressivos: redução de custos e riqueza de informações.

5. O que a intelipost está fazendo?

Atualmente, nossos engajamentos estão voltados para:
  • Criação da blockchain da logística fracionada do Brasil;
  • Criação dos Smart Contracts desta blockchain;
  • Parcerias com outros atores no mercado;
  • Avanços nos padrões de tecnologia e governança.

Referencia bibliografica: www.intelipost.com.br

Especialista explica como usar Blockchain na Logística

Stefan Rehm, fundador da Intelipost, descreve o funcionamento e implantação da tecnologia que é vista como o futuro de todos os processos
Por Christian Presa | Redação MundoLogística
Blockchain é a novidade que encanta e espanta pelo mesmo motivo: inovação. Um processo ainda incompreensível para muitos, o Blockchain é visto como uma tendência que deve crescer em velocidade meteórica nos próximos anos, atendendo à demanda de transformar a tecnologia em fator determinante nas mais diversas áreas.
Na Logística e Cadeia de Suprimentos – setores densos, complexos e muito operacionais –, a visão de ter um processo completamente virtual, sem nenhum referencial físico, parece uma ideia remota e muito distante da realidade. Com a crescente popularidade do Blockchain, fica a pergunta: como fazer essa combinação funcionar e prosperar?
Quem responde essa pergunta é o fundador da Intelipost, Stefan Rehm. Nascido na Alemanha, Rehm se formou em Administração na Holanda, passou por Harvard e fez mestrado em Gestão de Empresas pela HEC School of Management de Paris. Ele está no Brasil desde 2012, quando veio gerenciar operações de e-commerce e se deparou com os desafios e oportunidades relacionados à logística do país. Surgiu então a oportunidade de fundar a Intelipost, que desenvolve tecnologias para a gestão de transportes e tem clientes como a Renner, Boticário e Magazine Luiza.
Em entrevista exclusiva à Revista MundoLogística, Rehm fala sobre os trabalhos da Intelipost, o desafio de implantar o Blockchain na Logística e ressalta: É preciso acreditar, convencer e investir.
MUNDOLOGÍSTICA: Como, exatamente, surgiu a Intelipost?
STEFAN REHM: A Intelipost surgiu porque eu era Diretor de Operações em dois e-commerces onde nós montamos o CD e construímos um TMS para essas duas empresas. Durante esse processo, percebi que a logística é um desafio no Brasil. Como eu sou alemão, eu não havia presenciado essa complexidade na contratação de várias transportadoras. Aqui no Brasil, eu precisava contratar de cinco a dez transportadoras diferentes para entregar o nosso produto no país inteiro, enquanto na Alemanha a DHL resolvia tudo. Isso foi um grande choque para mim. E quando olhei o mercado, não vi nenhuma solução de tecnologia que nos atendia naquele momento. Decidi, então, sair dos e-commerces para criar uma solução própria para resolver o meu próprio problema. Com isso, criamos um TMS na nuvem, o primeiro desse tipo no Brasil, com diversas funcionalidades.
Quais os principais produtos da Intelipost?
Nós temos cinco produtos: cotação de frete, gestão de despacho, rastreamento das entregas, reconciliação das faturas e reembolso dos correios. A cotação de frete é um produto muito requisitado no e-commerce. Quando você entra em algum site e coloca um produto no carrinho, é preciso informar o CEP para calcular o custo e o prazo de entregas. Muitas vezes, além do custo, tem o preço, que é basicamente o custo + algumas regras comerciais. Nós integramos com mais de 300 transportadoras e [agora] fazemos uma cotação de frete em tempo real. São mais de 10 milhões de cotação de frete por dia. Por mês, são mais de 400 milhões. Já a gestão de despacho é toda a gestão do embarque do produto, começando pela impressão das etiquetas, romaneio até as notas fiscais para as transportadoras. Nós verificamos se tudo está indo bem com o embarque da empresa. O rastreamento das entregas é onde pegamos as informações das transportadoras, transformamos em um único padrão e devolvemos [essas informações] para os embarcadores. Criamos um gerenciador de eventos desse produto no qual a loja consegue parametrizar regras bem especificas dos eventos de rastreamento. Por exemplo, se tiver um atraso na entrega, [será enviado] um e-mail para o destinatário avisando sobre esse atraso, além de criar uma tarefa dentro do embarcador para verificar por que essa entrega está atrasada. O quarto produto é a auditoria [reconciliação] das faturas da transportadora. Vemos que pela alta complexidade da precificação do frete no Brasil, muitas faturas chegam com erros ou incompletas. Nós reconciliamos essas faturas com os contratos e apontamos qualquer divergência ou erro para que o embarcador possa consertar essa ocorrência junto com a transportadora. O último produto é o reembolso dos Correios, no qual o embarcador consegue recuperar uma parte do custo de frete se a entrega atrasar. Todos esses produtos agregam valor aos nossos clientes. Primeiro reduzem o custo do frete e da operação, aumentam a visibilidade do negócio em si e dos processos e aumenta o controle do que acontece em todos os processos, desde a cotação do frete até o reembolso da fatura.
Pode nos falar um pouco sobre o que é Blockchain?
O Blockchain é uma tecnologia básica, como se fosse um banco de dados distribuído e descentralizado entre vários participantes de uma rede. Isso significa que não tem nenhuma autoridade ou participante que consegue controlar ou manipular o que está gravado no Blockchain. Há uma dúvida sobre como os dados entram no Blockchain. Basicamente, o participante que quer inserir um dado no Blockchain precisa submetê-lo a uma rede, que fará a validação dessa transação por meio de um processo criptográfico e, caso validado, o dado entra na rede distribuída.
E como esse conceito pode ser aplicado à Logística e Cadeia de Suprimentos?
É importante entender que o Blockchain em si é uma tecnologia que pode ser usada para vários casos. Por exemplo, Bitcoin é um caso de uso do Blockchain para o mercado financeiro. No nosso mercado de logística, existem vários casos de uso. O Blockchain traz uma confiança nos dados gravados na rede porque não existe nenhuma empresa que consegue mexer nos dados. Uma vez gravado dentro do Blockchain, esse dado é acessível por todo mundo com acesso. Se alguém quiser alterar esse valor, todos os participantes precisam confirmar e autorizar essa mudança, que fica criada dentro do Blockchain. Com isso, todas as ações são visíveis para todos e isso traz uma certa garantia de que os dados são reais. Como é uma rede que conecta vários atores de um mercado, todo mundo se conecta e isso traz muitos benefícios de eficiência. Em vez de todo mundo precisar falar com todo mundo, cada um fala com a rede e isso se direciona para o resto do mercado. Isso influencia na velocidade e qualidade dos dados. Na Logística e na Cadeia de Suprimentos, nós estudamos cerca de 23 casos de uso junto com a IBM e ganhamos um prêmio deles de Blockchain que se chama IBM Smartcamp. Na sequência dessa conquista, trabalhamos com vários times dentro da IBM para estudar como é possível aplicar o Blockchain na Logística. Após a verificação desses 23 itens, fizemos um Hackathon [um encontro da empresa com outros agentes do mercado durante um fim de semana] para pensar sobre a aplicação na Logística. Então, fizemos um brainstorm para escolher os dois casos mais relevantes e programamos uma função produto para realizar esses dois casos de uso. Os dois principais casos que identificamos foram o rastreamento de cargas e a reconciliação das faturas, que ironicamente são dois produtos que hoje a Intelipost oferece. Ambos os casos são os mais relevantes e realistas para utilizar [o Blockchain] em pouco tempo aqui no Brasil.
O Blockchain poderia ser utilizado por qualquer empresa ou existe alguma limitação?
Em princípio, o Blockchain pode ser usada por qualquer empresa da cadeia Logística. Vendo os 23 casos de uso, as características entram em quase todos os aspectos [do setor]. Com certeza existem mais casos, mas não identificamos ainda. Não existe uma limitação, mas as empresas precisam entender os benefícios que o Blockchain traz e depois precisam convencer as diretorias, presidências e investidores que é algo benéfico para a operação. Depois, investir tempo e dinheiro para a implantação desta tecnologia.
Quais seriam os principais benefícios do Blockchain na Logística e na Cadeia de Suprimentos?
Os principais benefícios do Blockchain na Logística são também os principais benefícios do Blockchain no geral. No rastreamento de cargas, existe uma comunicação entre várias empresas dentro da cadeia para produzir os dados de rastreamento. Tem o embarcador, que no início do processo insere os dados da nota fiscal para o transportador, que recebe isso e emite um conhecimento sobre esse dado e passa a carga para frente. Em muitos casos, existe um processo de redespacho na cadeia, no qual uma segunda transportadora recebe o pacote da primeira e também emite um CTE [Conhecimento de Transporte Eletrônico] e coloca isso na mão de um motorista que, ao final, faz a entrega até o destinatário ou empresa, que precisa confirmar o recebimento dessa carga para todo mundo na cadeia. Ou seja, nesse caso já existem [cerca de] quatro empresas envolvidas, que precisam trabalhar com os mesmos dados e uma depende da outra. Obviamente, o prejuízo fica na qualidade e velocidade dos dados, mas o Blockchain consegue entrar com o benefício claro da informação desses dados e assim acelerar o processo como um todo, diminuindo a quantidade de erros e ocorrências que acontecem na própria entrega. No segundo caso de uso [reconciliação das faturas], o benefício é a garantia da segurança da informação, porque tudo que envolve reconciliação também envolve o pagamento do frete e pagamento é sempre uma coisa delicada entre embarcador e transportadora. Muitas vezes, ambas as partes acabam discutindo os valores a serem pagos no fim do mês por não terem uma precificação clara na contabilização. Usando o Blockchain, esse processo será automatizado. A transportadora coloca o contrato assinado no Blockchain, o embarcador confirma e, depois disso, cada entrega entra como uma informação gravada no Blockchain e ao final do mês é [preciso] apenas somar todas as entregas. Não tem mais discussão sobre qual o valor da fatura ou se tem ou não tem desconto. Assim, conseguimos substituir um processo que hoje é extremamente manual e cheio de desencontros para algo automatizado e confiável.
A Intelipost já possui algum produto ou serviço nesse sentido?
Nós estamos desenvolvendo aqui na Intelipost junto com os nossos parceiros o Blockchain do rastreamento de entregas e os nossos clientes podem usar esse serviço. Porém, para se beneficiar realmente, eles precisam entrar ativamente no Blockchain. Não é apenas uma contratação do nosso serviço, mas sim um investimento e participação dentro desta rede.
Mais algo que gostaria de acrescentar?
O Blockchain hoje em dia é um assunto todos discutem e surgem muitas dúvidas, mas atrai muita curiosidade sobre o que é e como pode ser aplicado. É algo que é relevante para muitas pessoas. Mas, por ser tão novo, não existe um grande entendimento dessa tecnologia e, por isso, ainda há pouca realidade. Estamos vendo milhares de projetos sendo executados, mas estamos na fase anterior da divulgação e apresentação dessa tecnologia e na adaptação dos early adopters [pessoas ou instituições que são pioneiras na adoção de novas tecnologias, serviços e comportamentos]. Somos os primeiros a realmente entrar no assunto, tanto do lado de negócio quanto do lado de tecnologia, e estamos avançando nos conceitos disso junto com a Abralog (Associação Brasileira de Operadores Logísticos) e outros parceiros do mercado. Um dos nossos objetivos é gerar atenção e entendimento dessa tecnologia porque estamos convidando quem tiver interesse nesse assunto a nos contatar e entrar na conversa do Blockchain no Brasil. Estamos construindo um Blockchain da logística fracionada porque eu acredito que em cinco ou dez anos essa tecnologia será dominante no setor, regulamentando e automatizando os nossos processos no futuro.

                                  Resumo:

 Pessoal, Blockchain é uma tecnologia meio, e não fim. Ou seja, comparando com a Internet, você não usa a Internet para vender, você usa uma aplicação desenvolvida (baseada em processos, fluxos e regras) que roda sobre a rede Internet onde todos que também a utilizam conseguem acessar sua aplicação. Em Blockchain é algo similar porém com uma camada adicional de inteligência que seria a gestão descentralizada da informação (já existe um processo, fluxo e regra pré-existente), porém, se todos os participantes não estiverem na mesma rede não haverá comunicação ou forma de realizar o que desejam. Tudo ainda é muito novo e existem N Blockchains atualmente, é como se cada computador tivesse um sistema operacional diferente, ou seja, apenas os iguais conseguirão se comunicar. Desenvolvo aplicações para Blockchain e sei o quão é importante "combinar o jogo" com todos antes de adotar essa tecnologia.

Referencia bibliografica : www.mundolosgistica.com

sexta-feira, 22 de março de 2019

                              Reunião do grupo 1






            No último dia 23/03/2019 foi realizado uma reunião do grupo na biblioteca da faculdade Cruzeiro do sul, onde 8 integrantes do grupo compareceram para tirar dúvidas, apresentar propostas de execução do PCI e dividir as tarefas do Seminário, PCI e blog.