terça-feira, 30 de abril de 2019

IBM and Maersk demo: Cross-border supply chain solution on blockchain

                  O que é blockchain e como surgiu?

Apesar de hoje a aplicação do blockchain estar se dissociando do bitcoin, essa tecnologia começou junto com a criptomoeda. O conceito do primeiro blockchain público nasceu em 2008, no artigo acadêmico Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico peer-to-peer, publicado por uma pessoa ou grupo sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto (suposto criador do bitcoin).
Criado em um cenário de crise econômica mundial e bolha imobiliária, o bitcoin nasceu para, entre outras coisas, prevenir o gasto duplo dos valores e aumentar a confiança das transações financeiras, levando-as para a internet.
No ambiente digital, os dados podem ser copiados, alterados e trocados. O blockchain foi a solução para eliminar as duas primeiras características: uma pessoa não pode gastar 1 BTC duas vezes ou dizer que te enviou 10 BTC mas transferir apenas 0,01 BTC, por exemplo.

Em termos simples: como blockchain funciona?


Eu sei que os termos técnicos não são muito convidativos para o público amplo entender o que é blockchain; só o nome da tecnologia já causa estranhamento. Mas prometo que vou tentar explicar da forma mais simples possível, sem distorções. Vamos lá.
blockchain é uma rede que funciona com blocos encadeados muito seguros que sempre carregam um conteúdo junto a uma impressão digital. No caso do bitcoin, esse conteúdo é uma transação financeira. A sacada aqui é que o bloco posterior vai conter a impressão digital do anterior mais seu próprio conteúdo e, com essas duas informações, gerar sua própria impressão digital. E assim por diante.
Pronto. Isso é blockchain.
Para ilustrar, veja essa imagem usada por Ronan Damasco, diretor nacional de tecnologia da Microsoft, em sua palestra sobre blockchain na conferência Web.br 2017:
hash bitcoin blockchain
“As grandes invenções às vezes foram muito simples, né?”, comentou Damasco.
Na imagem, já dá para ver alguns termos técnicos, como hash. Não dá para se aprofundar no blockchain sem cair em tecnicalidades, então vamos entender como que esse negócio funciona de verdade.

Aprofundando: qual é a do blockchain?


Antes de falar sobre a cadeia de blocos (blockchain, sacou?), temos que entender como funciona o hash. Agora que podemos encarar termos técnicos, posso dizer que o hash é uma função matemática que pega uma mensagem ou arquivo e gera um código com letras e números que representa os dados que você inseriu.
Essencialmente, o hash pega uma grande quantidade de dados e transforma em uma pequena quantidade de informações. É a “impressão digital” de algum arquivo, ou, no caso do blockchain, de um bloco. Nesse sistema de blocos encadeados, essa impressão digital é fundamental.
O hash vai assinar o conteúdo do bloco; caso qualquer informação seja alterada, o hash muda. Quando você gera um novo bloco que também contém o hash do anterior, cria uma espécie de selo: é possível verificar e sinalizar se algum bloco foi alterado, para então invalidá-lo.

Essas informações de blocos são escritas no ledger, que pode ser traduzido para livro-razão; é onde todas as transações, no caso do bitcoin, ficam gravadas. Depois de escritas, elas não podem ser apagadas.
Cada rede de blockchain também tem “nós”, que agrupam participantes que têm o mesmo interesse; no bitcoin, é transferir dinheiro. Esses nós podem ser tanto transacionais, que escrevem ou geram blocos, quanto mineradores, que verificam se o bloco escrito é válido. Como você deve ter imaginado, é daí que vem o termo minerar bitcoin. Desde o começo, o blockchain é tão seguro por um mecanismo de consenso de prova de trabalho (PoW, na sigla em inglês), que usa poder de processamento para resolver cálculos matemáticos muito complicados para assegurar que o hash criptográfico do bloco é válido. Quando alguém resolve a operação e consegue validar o bloco, recebe uma recompensa – as outras pessoas da rede também conseguem confirmar que o resultado é correto.
Alex Braz, CTO da Star Labs, explicou na Web.br que esse mecanismo de consenso é comparável ao jogo de puzzle Sudoku: é difícil resolver o problema, mas é fácil verificar se ele está resolvido.
Agora que você já conhece os principais elementos do blockchain, posso dar a definição mais técnica que André Salem, pesquisador do IBM Blockchain, apresentou em sua palestra:
O blockchain é uma rede de negócios segura, na qual os participantes transferem itens de valor (ativos), por meio de um ledger (livro-razão) comum distribuído, do qual cada participante possui uma cópia, e cujo seu conteúdo está em constante sincronia com os outros.

As vantagens do blockchain


Legal, mas quais as vantagens do blockchain? Já é hora de fazer as instituições do país ruírem? Botar fogo na República? Não tão cedo. Tanto o blockchain quanto o bitcoin eliminam intermediários, mas há algumas diferenças entre ambos. Na minha visão, o bitcoin ganhou um viés mais cyberpunk, de derrubar o sistema financeiro e as instituições através da criptografia. Enquanto isso, o papel do blockchain é mais prático: assegurar a confiança entre as empresas — não à toa é chamado também de “protocolo da confiança”.
Além de confiança, outras palavras que ouvi muito nas palestras sobre blockchain que eu frequentei foram responsabilidade, transparência e segurança. Principalmente por conta desses quatro conceitos principais de blockchain, apresentados por Salem:
  • Ledger distribuído: o livro-razão, sistema de registro das transações e blocos, é compartilhado por toda a rede e todos podem ver;
  • Privacidade: é possível garantir a visibilidade adequada para a rede, já que as transações conseguem ser verificáveis. O termo “adequado” é importante; no bitcoin, todas as informações da transação são públicas. No blockchain, partes sensíveis do ledger podem ser ocultadas (como o endereço de alguém), sem prejudicar a verificação do bloco;
  • Contrato inteligente: um documento que não pode ser alterado depois de escrito. É possível firmar contratos e autorizar (ou não) transações de acordo com os termos estabelecidos;
  • Consenso: as transações são verificadas pelos participantes da rede e não podem ser fraudadas;
Graças a toda essa tecnologia, as vantagens e aplicações do blockchain são imensas. Por exemplo, já noticiamos um sistema que agiliza pagamentos internacionais. Como o blockchain elimina intermediários, as transações acontecem em tempo real, com menos custos e sem perder em segurança, já que elas podem ser verificáveis e auditáveis. O risco de fraudes é reduzido por meio de contratos inteligentes.
Sem ir tão longe, o setor financeiro já se beneficia com a característica principal dos blocos que evita gastos duplos e fraudes na escrita; o dinheiro não pode ser copiado, diferentemente de um arquivo. Mas o blockchain tem aplicações além das finanças; veja toda a logística de uma venda funcionando:
“A nova rede da IBM pode possibilitar que um agricultor na Samoa [país da Oceania] faça uma transação com um comprador na Indonésia. O blockchain seria usado para registrar os termos do contrato, gerenciar a documentação do comércio, permitir que o agricultor forneça uma garantia, consiga letras de crédito e finalize a transação com pagamento imediato”, exemplificou a IBM quando apresentou o sistema de pagamentos internacionais.
Inclusive, o setor de logística foi o que teve os maiores exemplos na Web.br. André Salem, pesquisador da IBM, falou sobre a parceria da empresa com a operadora de logística Maersk. O transporte de mercadorias e contêineres ainda é catalogado no papel, o que atrasa diversas entregas e cria inconsistências no processo.

Referencia teórica:  Jean Prado, publicação 2017 pelo site web.br

Práticas de Gestão Estratégica de Custos: Uma Análise de Estudos Empíricos Internacionais


No contexto da nova economia global que emerge a partir da década de 1980, autores como Johnson e Kaplan (1987), Berliner e Brimson (1988), Bromwich e Bhimani (1989) e Shank (1989), entre outros, começaram um amplo debate sobre a necessidade de revitalizar os sistemas de contabilidade gerencial, uma vez que os mesmos tinham perdido sua relevância frente às várias mudanças subjacentes à época e às novas demandas informacionais dos gestores. Tais mudanças têm sido caracterizadas pelo crescimento da complexidade e desafios ambientais impostos às organizações. A tecnologia em geral, e a de informação em particular, são elementos citados como principais alavancadores dessas mudanças. É nesse particular momento da gestão organizacional que surge a gestão estratégica de custos - GEC - com a geração de informações diferenciadas e específicas à sustentação da gestão estratégica dos negócios, com foco especial nas informações relacionadas a custos, conforme enfatizam Miller e Vollmann (1985) e Ellram e Siferd (1998). Há que se destacar que esse pensar estratégico da informação contábil teve como uma das principais fontes do seu início o estudo desenvolvido por Simmonds (1981). No âmbito da gestão estratégica de custos, pesquisadores como Shank (1989) e Chenhall e Langfield-Smith (1998) destacam que esse enfoque da gestão de custos passou a contemplar toda a cadeia produtiva, vislumbrando- -se a cooperação como estratégia para se competir. Com base nesse entendimento, a análise de custos evoluiu para novos sistemas de gerenciamento, de modo que pudesse contemplar as exigências e necessidades de um ambiente externo de elevada competitividade. O surgimento de novas práticas de gestão de custos, com focos diferenciados, também teve impulso significativo após estudo de Johnson e Kaplan (1987), os quais caracterizaram as deficiências das práticas até então adotadas.

Após três décadas dessas novas movimentações conceituais na área de gestão de custos, considerando-se o estudo de Simmonds (1981), torna-se necessário verificar se o entendimento dos autores citados e daqueles seguidores da nova tendência se confirmou. Tal confirmação pode se dar verificando se a materialização do conjunto das práticas desenvolvidas e tratadas como as mais adequadas às novas demandas da gestão está referendado pela realidade da prática empresarial. Desta forma, o objetivo deste estudo é identificar, com base em estudos empíricos internacionais, qual o uso das práticas da gestão estratégica de custos pelas empresas. A principal contribuição do estudo é criar um mecanismo de análise da validação empresarial dada às novas teorias de gestão de custos. A procura pelo entendimento dessa validação pode dar oportunidade à reflexão tanto sobre a propriedade das práticas desenvolvidas como à postura e ação dos gestores quanto à utilidade delas. Uma possível contribuição do estudo é provocar que se repense sobre a propriedade dos desenvolvimentos teóricos e sobre a atitude dos gestores nesse ambiente de maiores complexidades. O artigo está estruturado em cinco seções. Inicia com essa introdução, seguida da revisão de literatura relacionada ao tema. Posteriormente, têm-se a apresentação dos procedimentos metodológicos adotados na pesquisa, da exposição e análise dos dados e das conclusões do estudo. Por fim, tem-se a lista das referências utilizadas no desenvolvimento da pesquisa.

Práticas da Gestão Estratégica de Custos


As práticas da GEC são técnicas e procedimentos adotados por empresas, que respondem às novas características ambientais de alta competição e aos novos modus operandi adotados pelas empresas como forma de manterem-se competitivas (Nakagawa, 1991). Algumas características da nova realidade ambiental interna e externa das empresas foram destacadas por Reckziegel, Souza e Diehl (2007), a saber: menores volumes, mix mais variados, menores ciclos de vida, novas estruturas de custos, principalmente nos custos indiretos, menor capacidade de impor preços no mercado, adoção de avançadas tecnologias de produção. Diversos trabalhos tem se dedicado a explorar os aspectos conceituais e práticos da GEC. Todavia, alguns autores argumentam que ainda não há um framework consistente delas Práticas de Gestão Estratégica de Custos: Uma Análise de Estudos Empíricos Internacionais Contabilidade, Gestão e Governança - Brasília · v. 15 · n. 2 · p. 23 - 40 · mai/ago 2012 28 (Coad, 1996; Guilding, Cravens, & Tayles, 2000; Langfield-Smith, 2008). Guilding, Cravens e Tayles (2000) desenvolvem uma análise teórico-conceitual sobre estratégia de alguns dos autores considerados especialistas desses temas, como Porter (1989) e Mintzberg e Quinn (1988) e elaboraram uma lista de 12 práticas somando o conhecimento da estrutura teórico conceitual de estratégia com as concepções do processo de gestão estratégica, sendo elas: (1) custeio dos atributos; (2) avaliação/monitoração da marca; (3) orçamento do valor da marca; (4) avaliação do custo dos concorrentes; (5) monitoração da posição competitiva; (6) avaliação dos concorrentes com base em demonstrações contábeis publicadas; (7) custeio do ciclo de vida; (8) custeio da qualidade; (9) custeio estratégico; (10) precificação estratégica; (1l) custeio meta; (12) custeio da cadeia de valor.

RESUMO

Este artigo tem como objetivo investigar o uso de práticas da gestão estratégica de custos (GEC) identificados por estudos empíricos internacionais. A respeito destas práticas, há uma vasta literatura sobre suas características, benefícios e necessidade de adoção pelas empresas. A premissa do estudo é que a consolidação da adoção das práticas de GEC em nível internacional é uma forma de verificar a validação que é dada pelas empresas aos desenvolvimentos teóricos apresentados pela literatura. Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, desenvolvida com o recurso da análise de conteúdo de oito artigos internacionais. O estudo foi realizado no segundo semestre de 2011, composto de três etapas principais: (1) a pré-análise, que se configura na fase de escolha do objeto de análise; (2) localização e coleta de estudos internacionais publicados; (3) análise dos conteúdos desses estudos. Os principais achados da pesquisa indicam disparidades com relação ao grau de utilização de algumas práticas entre os países pesquisados. Apesar de outras práticas figurarem com maior frequência de utilização, existe, no geral, ausência de utilização mais intensiva de várias práticas da GEC, caracterizando uma distancia do que preceitua a literatura.

Referencia teórica: Revista Contabilidade, publicado em 2012.  

domingo, 14 de abril de 2019

Implantação de sistemas de gestão empresarial - ERP: estudo de caso numa instituição do Sistema S

O presente estudo tem como objetivo descrever como ocorre o processo de implantação de um sistema ERP numa Instituição do Sistema S, analisando os aspectos teóricos com a prática empresarial adotada

      Um seguimento de um mercado mais exigente e globalizado, tem levado as Instituições a buscarem o desenvolvimento de soluções que lhes possibilitem otimizar suas operações. Uma das alternativas encontradas para reduzir custos, agilizar a obtenção de informações, desenvolver e modernizar seus processos internos é a utilização dos Sistemas Integrados de gestão Empresarial, pois estes suprem as Instituições de ferramentas que proporcionem uma melhor forma de organizar, codificar e padronizar negócios e processos, transformando dados operacionais em informações úteis à tomada de decisão. 
      Os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), têm surgido com a intenção de integrar as informações empresariais dentro de um único banco de dados, agilizando processos e aumentando a eficiência. O presente estudo tem como objetivo descrever como ocorre o processo de implantação de um sistema ERP numa Instituição do Sistema S, analisando os aspectos teóricos com a prática empresarial adotada.
      Caracteriza-se como uma pesquisa do tipo descritiva, bibliográfica e estudo de caso, com abordagem quanti-qualitativa. Como instrumento da pesquisa foi utilizado questionário e entrevista. O questionário foi aplicado a uma amostra de quinze colaboradores do setor de Compras e Licitação da empresa em análise e a entrevista foi realizada com o analista de sistema que acompanhou o processo de implantação do sistema ERP. Como resultado da pesquisa, foi possível constatar que o processo de implantação do sistema ERP, adotado pela empresa em estudo, correspondeu às etapas estabelecidas por teóricos, embora não tenham sido utilizadas as mesmas nomenclaturas. Os resultados apontados como mais relevantes, trazidos pelos sistemas integrados, foram a integração das informações, a otimização da rotina da empresa e um maior controle e organização empresarial.
Palavras-chave: Sistema de Informação. Sistema Integrado de Gestão Empresarial.

Referencia: Luciana Sampaio, site www.administradores.com.br