Práticas de Gestão Estratégica de Custos: Uma Análise de Estudos Empíricos Internacionais
No contexto da nova economia global que
emerge a partir da década de 1980, autores
como Johnson e Kaplan (1987), Berliner e Brimson (1988), Bromwich e Bhimani (1989) e Shank
(1989), entre outros, começaram um amplo debate sobre a necessidade de revitalizar os sistemas de contabilidade gerencial, uma vez que os
mesmos tinham perdido sua relevância frente
às várias mudanças subjacentes à época e às novas demandas informacionais dos gestores. Tais
mudanças têm sido caracterizadas pelo crescimento da complexidade e desafios ambientais
impostos às organizações. A tecnologia em geral, e a de informação em particular, são elementos citados como principais alavancadores
dessas mudanças.
É nesse particular momento da gestão organizacional que surge a gestão estratégica de
custos - GEC - com a geração de informações
diferenciadas e específicas à sustentação da gestão estratégica dos negócios, com foco especial
nas informações relacionadas a custos, conforme enfatizam Miller e Vollmann (1985) e Ellram e Siferd (1998). Há que se destacar que esse
pensar estratégico da informação contábil teve
como uma das principais fontes do seu início o
estudo desenvolvido por Simmonds (1981).
No âmbito da gestão estratégica de custos, pesquisadores como Shank (1989) e Chenhall e Langfield-Smith (1998) destacam que
esse enfoque da gestão de custos passou a contemplar toda a cadeia produtiva, vislumbrando-
-se a cooperação como estratégia para se competir. Com base nesse entendimento, a análise
de custos evoluiu para novos sistemas de gerenciamento, de modo que pudesse contemplar as
exigências e necessidades de um ambiente externo de elevada competitividade. O surgimento de novas práticas de gestão de custos,
com focos diferenciados, também teve impulso
significativo após estudo de Johnson e Kaplan
(1987), os quais caracterizaram as deficiências
das práticas até então adotadas.
Após três décadas dessas novas movimentações conceituais na área de gestão de custos, considerando-se o estudo de Simmonds
(1981), torna-se necessário verificar se o entendimento dos autores citados e daqueles seguidores da nova tendência se confirmou. Tal confirmação pode se dar verificando se a materialização do conjunto das práticas desenvolvidas e
tratadas como as mais adequadas às novas demandas da gestão está referendado pela realidade da prática empresarial.
Desta forma, o objetivo deste estudo é
identificar, com base em estudos empíricos internacionais, qual o uso das práticas da gestão
estratégica de custos pelas empresas. A principal contribuição do estudo é criar um mecanismo de análise da validação empresarial
dada às novas teorias de gestão de custos. A
procura pelo entendimento dessa validação
pode dar oportunidade à reflexão tanto sobre a
propriedade das práticas desenvolvidas como
à postura e ação dos gestores quanto à utilidade
delas. Uma possível contribuição do estudo é
provocar que se repense sobre a propriedade
dos desenvolvimentos teóricos e sobre a atitude dos gestores nesse ambiente de maiores
complexidades.
O artigo está estruturado em cinco seções.
Inicia com essa introdução, seguida da revisão
de literatura relacionada ao tema. Posteriormente, têm-se a apresentação dos procedimentos metodológicos adotados na pesquisa, da exposição e análise dos dados e das conclusões do
estudo. Por fim, tem-se a lista das referências
utilizadas no desenvolvimento da pesquisa.
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